Sites móveis necessitam bem mais que um layout responsivo

Faculdade de Educação Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro

Sites móveis necessitam bem mais que um layout responsivo

De cara, o site responsivo pode gerar dois grandes problemas.

Por: Rafael Damasceno

responsivo

Você sabe como o seu site é acessado pelos seus clientes ou prospects? Se é por meio dos celulares ou por outros dispositivos móveis? Muitas vezes o dono de uma empresa, seja um e-commerce ou uma prestadora de serviço, não se preocupa em como irá divulgar os seus produtos em smartphones. Por este motivo, é importante que os empreendedores se coloquem no lugar do consumidor para entender se ele conseguirá obter todas as informações que necessita de forma ágil, clara e objetiva.

Números do eMarketer mostram que de 2015 para 2016, subiu de 84 milhões para 98 milhões os usuários que acessam internet por meio de smartphones no Brasil. Desses, 65% iniciam suas compras via mobile. Esse início do processo de compra é uma fase crítica em que consumidor está comparando serviços, preços e sendo impactado pela imagem que a sua marca transmite. No universo do e-commerce, de acordo com a Business Insider, as vendas por celular aumentaram três vezes mais rápido nos últimos anos do que as vendas por desktop. Algo na casa dos 48%.

Atualmente, o que vejo é um grande esforço dos empreendedores, em tempo e dinheiro, para atrair clientes em potencial para o seu site, esquecendo que a experiência dele ao chegar lá é tão ou até mais importante que isso. Difícil dar um número exato sobre o assunto, mas quando o usuário não encontra a informação que precisa, (e que muitas vezes está lá, porém, escondida) pode ter certeza que a área de inbound marketing terá que investir dez a vinte vezes mais para trazer novamente esse mesmo usuário para o seu domínio.

Nesse cenário, algo que pouco se enxerga é que esse usuário muitas vezes está na rua, no ônibus, no metrô ou em uma sala de espera, com smartphones que podem não ter alto processamento de dados ou acesso a uma boa conexão de rede. A questão-chave não é como se deve investir em sites que serão acessados via mobile, mas ter uma visão ampla sobre a jornada de compra do cliente e investir por igual em todas as pontas.

Hoje, o grande erro cometido é o “site responsivo”, que nada mais é do que adaptar a versão desktop para ser acessada via mobile. De cara, dois grandes problemas surgem quando essa atitude é tomada:

  1. A média de carregamento entre os dois dispositivos vai de dois segundos no computador para 28 no celular, quando concluído, É isso mesmo. Você esperaria 28 segundos para uma página ser carregada em seu celular? Será que o seu cliente está disposto a esperar?
  2. A mudança de uma interface na qual interagimos com mouses, modernos e precisos, para uma onde temos que interagir com nossos dedos grandes e desajeitados, exige um novo universo de soluções.

Uma analogia que gosto de fazer é a de que o usuário que está em frente ao computador é alguém que decidiu ir jantar em um restaurante, enquanto o usuário mobile é alguém que está correndo entre reuniões e precisou comprar um sanduíche na primeira lanchonete que encontrou. Um tem todo o tempo do mundo para dar atenção aos detalhes. O outro, precisa de uma solução prática em um ambiente desconfortável.

Se temos uma mudança tão brutal de comportamento entre os usuários, não é uma simples mudança de layout que vai ser suficiente para atender bem esses dois perfis.

A ação mais efetiva é entender verdadeiramente o cenário e as reais necessidades dos seus usuários mobile e criar uma versão exclusiva do seu site para eles, além de, claro, testar as mudanças na prática, e a partir de critérios técnicos. Afinal, a internet tem menos verdades do que muitos gurus gostam de fazer parecer por aí.

Fonte: CIO

Texto original:
http://cio.com.br/opiniao/2016/09/21/sites-moveis-necessitam-bem-mais-que-um-layout-responsivo/